Salto alto, maquiagem irreparável, figurino caprichado, head phone cintilante e pose digna de celebridade internacional. Não, não se trata de uma top model em uma campanha para alguma grife hypada. A descrição remete a uma DJ – ou “DJane”, como algumas preferem ser chamadas. A profissão deejay dissemina-se a passos largos entre as mulheres. E se no mundo fashion as gaúchas e catarinenses são unanimidade, as DJanes do Sul do Brasil também saem na frente com esse “ingrediente” extra.
O assunto rende, e muito. Ainda mais nesse momento delicado para a cena eletrônica: “DJs celebridade” dominam programas de TV; ex-integrantes do BBB aproveitam a fama instantânea para arriscar-se na profissão; a figura “DJ” nunca foi tão vangloriada no entretenimento nacional. Basta abrir os jornais: as colunas sociais deixaram de falar dos encontros das socialites para dizer quais DJs se apresentam no próximo fim de semana. Bom, mas nada disso desmerece o esmero de muitas mulheres nesse concorrido mercado. Há quem as chame de oportunistas, sem talento e até “piriguetes”, mas poucos dos que tanto falam já viram/ouviram de perto uma delas – ou ao menos as de maior expressão na região Sul, que é a nossa pauta.
Como também acontece com os homens, entre as DJs mulheres há aquelas com técnica mais apurada e outras nem tanto; há quem se aproveite da beleza para apimentar os sets, outras menos; há quem se dedique exclusivamente à profissão, como outras que se desdobram em mil atividades fora o estúdio e as pistas. E qual seria a razão dessa ascendência no mercado para as DJanes? Por que tantas abrem mão de outras carreiras e ingressam em cursos de discotecagem? Quais seus diferenciais perante o clã masculino?
Analy Rosa acha que as mulheres estão evoluindo junto com a cena eletrônica. A paranaense, que já era DJ antes de participar do Big Brother Brasil – mas inegavelmente decolou no país após tamanha exposição –, atribui parte do êxito das mulheres na cena de hoje ao incentivo de nomes como Mary Zander, Aninha, Ingrid e Mara Bruiser. Ela sente pelas mulheres que colocam seus atributos físicos acima da técnica e do profissionalismo. “Não adianta ser bela e simpática sem tocar bem. Claro que muita gente prefere ver uma mulher bonita e sensual na cabine, mas hoje com a quantidade de DJs mulheres nós temos que mostrar a mesma técnica que é cobrada dos homens”, reforça Analy, que em Curitiba ainda cumpre seus afazeres de mãe.
Não poderia deixar de ouvir o maior responsável pela expansão deste mercado no Brasil. Gabriel Rossato, como bom “talent hunter” que é, catapultou à fama muitas dessas DJanes que hoje figuram no line-up dos clubs Brasil afora. Sua inspiração veio de nomes como Portia Surreal (aquela DJ nova-iorquina que apresenta performances ousadas, com seios à mostra, e anos atrás esteve no Brasil). Além de ser o criador do projeto Female Angels e responder pela agenda de muitas garotas, Rossato é um grande incentivador da ala feminina nesta profissão – há algum tempo quase exclusivamente dominada pelo sexo masculino. “Elas se destacam pela disciplina, sensibilidade e sintonia com o público. Sem falar que é muito bom ir a uma festa comandada por mulheres, o glamour reina sempre nessas noites. A festa fica muito mais colorida e divertida”, diz o diretor da Play Agency. E para ele essa “virada” no mercado está só começando. “As DJanes têm bom gosto, técnica, são lindas, bem relacionadas e se divertem enquanto tocam. O ano é delas!”, prevê, eufórico com a promissora carreira de muitas das moças, inclusive internacionalmente.
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QUEM SOU EU
Nome: ANALY OFENBOCK ROSA
Idade: 40 anos
Nascimento: 01/06/1976
Signo: Gêmeos
Cidade: Curitiba/PR
Estado civil: solteira
Profissão: DJ
Altura: 1,76 m
Frase: 'Confio e acredito naquele que me protege'